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Triquiase

O termo triquíase denota alterações na qual os cílios perdem o direcionamento normal (afastando-se do olho) e tendem a tocar a superfície ocular. O cílio triquiático tem cor e espessura semelhantes aos normais. É uma condição adquirida bastante comum e o número de cílios triquiáticos podem variar em número. A queixa mais comum é a sensação persistente de um corpo estranho, mas algumas vezes os pacientes podem relatar sintomas de lacrimejamento, fotofobia (sensibilidade à luz) ou até mesmo não apresentar sintomas.

A distiquíase é uma condição rara que designa uma ou mais fileiras adicionais de cílios, anormalmente posicionada junto aos orifícios das glândulas de meibomius (glândulas sebáceas posicionadas na margem da pálpebra e posteriormente a fileira normal de cílios). Ela é freqüentemente confundida com triquíase.

Causas

A triquíase e a distiquíase adquirida são, basicamente, condições de natureza cicatricial e podem resultar de:

- Processos inflamatórios que afetam a margem palpebral e folículos pilosos;
- Conjuntivites crônicas, como por exemplo o tracoma;
Doenças dermatológicas: doenças que acompanham da seborréia que cursam com blefarites e inflamações da margem palpebral. Da mesma forma, a - hanseníase leva frequentemente a blefarite e a triquíase;
- Inflamações localizadas na pálpebra, como os hordéolos (terçol);
- Trauma;
- Doenças conjuntivais cicatriciais, como a síndrome de Stevens-Johnson, o penfigóide ocular, queimaduras químicas.


Como evolui em geral a triquíase?

O prognóstico do tratamento da triquíase geralmente é bom. Cuidados frequentes de acompanhamento e pronta atenção às recorrências ou complicações corneanas melhoram o prognóstico a longo prazo.

Quais são as complicações possíveis da triquíase?

A triquíase pode desencadear, como complicação, conjuntivite e ceratite. Além disso, podem ocorrer erosões recorrentes, opacidades superficiais, vascularização da córnea e frequentes úlceras de córnea. Ademais, a triquíase pode evitar que as úlceras da córnea se curem apesar da terapia, ameaçando a visão normal.


Tratamento

Existem muitas opções para tratamento da triquíase e da distiquíase. Algumas medidas paliativas aliviam os sintomas na fase aguda do processo inflamatório como lubrificantes oculares, lentes de contato terapêuticas e epilação mecânica. Entretanto, estes são recursos ineficazes a longo prazo. Por exemplo, na epilação mecânica os cílios voltam a crescer em 2 a 3 semanas e não é comum que a irritação seja mais grave, quando os mesmos recorrem, pois os novos cílios são mais curtos e rígidos. As estratégias para o tratamento baseiam-se em uma exame detalhado pelo oftalmologista especialista em plástica ocular, pois o planejamento cirúrgico deve ser feito para corrigir todas as alterações em um só tempo cirúrgico. Atualmente, os tratamentos são: eletrólise (“cauterização do cílio”), epilação a laser, crioterapia (tratamento com congelamento) e técnicas cirúrgicas para correção da triquíase ou distiquíase.